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'Dengão': personagem criado por agente de saúde conscientiza de forma lúdica sobre epidemia da doença no Rio

'Dengão': personagem criado por agente de saúde conscientiza de forma lúdica sobre epidemia da doença no Rio


Número de ações educativas aumentou com o estado de emergência decretado na última segunda-feira pela prefeitura Com a cidade do Rio em estado de emergência de saúde pública pela epidemia de dengue, um agente de saúde usa o carnaval para conscientizar sobre a importância dos cuidados contra a doença. Há mais de 20 anos, Pedro Marcelo Frazão, de 52 anos, se fantasia de Aedes aegypti para levar uma mensagem de prevenção à população da Zona Oeste, provando que a folia também é espaço para promoção de saúde.
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O “Dengão” ou “Mosquitão”, como é conhecido o personagem, tem sido uma estratégia alternativa de quebrar a resistência do público adulto e de cativar o público infantil. Enquanto distribui um panfleto, o Dengão ajuda a disseminar informação de forma mais lúdica e bastante chamativa. Depois que foi decretada emergência na cidade, Pedro Marcelo conta que a demanda por aparições com a fantasia aumentou.
— Quase todo dia eu estou fazendo uma ação de educação em saúde com o Mosquitão. Nesta manhã, por exemplo, estarei em atividade, fantasiado. O mosquito aqui é um personagem, mas o problema é sério. Eu tento ser um facilitador do trabalho do agente comunitário que está alertando as pessoas de casa em casa — conta o agente de saúde.
‘Dengão’ ou ‘Mosquitão’: personagem é agente de saúde pública do Rio
Edu Kapps/Divulgação-SMS
Baseado na Clínica da Família Valéria Gomes dos Santos, em Sepetiba, Frazão é carinhosamente chamado pelos colegas de Mosquitão. O personagem nasceu em 2002, quando, após uma epidemia de dengue no país, a equipe de agentes da qual Frazão fazia parte decidiu criar um bloco de rua temático com o propósito de conscientizar a comunidade. Ele mesmo confeccionou a fantasia com materiais reciclados.
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— Minha equipe queria fazer algo diferente para a população do território sobre os cuidados com a dengue. Queríamos passar as orientações de forma leve e criativa para as pessoas compreenderem e aplicarem em suas próprias casas. Então, a gerente sugeriu fantasias sobre o tema e logo pensei em me caracterizar de Mosquitão — relembra Frazão.
Com a popularidade, o Mosquitão acabou virando o mascote da Clínica da Família Valéria Gomes dos Santos e hoje, Pedro Frazão se reveza entre as funções habituais de um agente de vigilância em saúde — como as ações de campo para pesquisa de vetores e coleta de reservatórios — e os elaborados apetrechos do personagem. Uma missão trabalhosa que o profissional encara com alegria, movido unicamente pelo amor ao Sistema Único de Saúde (SUS).
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Com esta, o Rio chega a sexta epidemias de dengue. As anteriores aconteceram nos anos de 1986, 1991, 2002, 2008 e 2012. Um plano de contingência foi criado para combater a doença e prevê uma série de medidas. Entre elas estão a criação do Centro de Operações de Emergência (COE-Dengue); a abertura de dez polos de atendimento distribuídos por todo o município; a dedicação de leitos em hospitais da rede municipal; o uso de carros fumacê nas regiões com maior incidência de casos e a entrada compulsória em imóveis fechados e abandonados.
— Eu tive dengue uma vez, em 2002. Tive febre, dor de cabeça, cansaço, dor no corpo. É muito ruim. Tem que cuidar. A população tem que fazer sua parte. As autoridades estão fazendo as delas. Tem que olhar o quintal, os vasos das plantas, não deixar água parada. Basta dez minutos uma vez por semana. Por mais corrido que seja o dia a dia, dá tempo. São coisas básicas que interrompem o ciclo do mosquito — explica Pedro.

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