A defesa de Gerson Palermo, representada pelo advogado Amilton Ferreira, negou o sequestro da filha de seu cliente no último fim de semana, no bairro Moreninhas, em Campo Grande. A jovem foi resgatada pelos policiais civis do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros), no último sábado (25), e o caso está sendo investigado.
Gerson — condenado a mais de 100 anos de prisão — é considerado um dos chefões do PCC (Primeiro Comando da Capital) e está foragido desde abril de 2020.
Anteriormente, o Jornal Midiamax apurou que o suposto roubo de R$ 4 milhões estaria por trás do sequestro da jovem. No entanto, na manhã desta segunda-feira (27), Amilton, que representa a defesa de Palermo juntamente da advogada Larissa de Almeida Tobaru, negou o sequestro a mando do pai. Ele explicou que a jovem estaria em posse de cerca de R$ 50 mil do pai, que solicitou que o dinheiro fosse devolvido.
“Por parte do pai e da mãe, eles não mandaram sequestrar ninguém, eles pediram pra ela devolver o dinheiro. Não houve tortura psicológica. O último contato do pai com a filha foi na última semana”, defendeu Amilton.
Ainda conforme a defesa, a cobrança seria relativa a cabeças de gado. À polícia, a jovem disse que foi mantida em cativeiro, onde sofreu violência física e psicológica, fato que também é negado pela defesa de Gerson. “Não houve tortura psicológica. Se houve algum tipo de sequestro, não tem envolvimento com a família”, reforçou Amilton.

‘Chefão’ do PCC está foragido há cinco anos
O “chefão” do PCC está foragido desde abril de 2020. Ele foi condenado a mais de 100 anos de prisão e se beneficiou com prisão domiciliar. Na época, o narcotraficante passou a usar tornozeleira eletrônica, em razão de integrar supostamente o grupo de risco da covid, e rompeu a tornozeleira.
Ele estava na casa da esposa quando fugiu, por volta das 20h40, quebrando a tornozeleira eletrônica que auxiliava no monitoramento. Naquela época, a suspeita era de que o narcotraficante teria ido para a Bolívia, já que teria uma casa em Corumbá.
Sequestro e resgate
Sequestrada na tarde de sábado (25), a jovem de 25 anos foi mantida em cativeiro, onde sofreu violência física e psicológica, antes de ser resgatada, com vida, por policiais civis do Garras. Ela foi ameaçada de ter a orelha e a língua cortadas, além de levar coronhadas na cabeça e chutes nas costas.
De acordo com a polícia, a jovem foi sequestrada e libertada horas depois, no bairro Moreninhas. Após o resgate, ela relatou as agressões e as ameaças sofridas no cativeiro, além das exigências de pagamento de resgate feitas aos familiares.
Os investigadores conseguiram identificar e prender um dos suspeitos, de 34 anos, que estava com o celular usado para enviar ameaças e exigir o resgate. No local, também foram apreendidas armas de fogo, telefones celulares e um veículo.
Segundo explicou o advogado Amilton Ferreira, que atua na defesa de Gerson Palermo, o suspeito teria ido ao local a fim de levar um computador e um aparelho celular para a jovem.
A residência usada como cativeiro foi localizada, preservada e periciada. As investigações seguem para identificar e prender os demais envolvidos. A ação contou com o apoio da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente).










