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Defensoria Pública de MS propõe mudar em decreto de indulto para reduzir lotação de cadeias

Defensoria Pública de MS propõe mudar em decreto de indulto para reduzir lotação de cadeias

Defensoria Pública de MS propôs alterar o decreto de indulto e comutação de penas em 2024 para reduzir a lotação carcerária no Brasil. 

O pedido foi feito pelos núcleos especializados da DPMS, direcionado para o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária do Ministério da Justiça e Segurança Pública. 

Conforme a divulgação, o documento é assinado pelo Núcleo Institucional do Sistema Penitenciário (Nuspen) e o Núcleo Institucional Criminal (Nucrim), coordenados pelo defensor público Cahuê Duarte e Urdiales e Daniel de Oliveira Falleiros Calemes, respectivamente.

Foi dito que o objetivo é contribuir com soluções para superlotação carcerária, um dos maiores desafios do sistema penitenciário e isso afetaria diretamente as condições de vida dos presos. 

”A medida do indulto presidencial, historicamente adotada no Brasil, visa reduzir o encarceramento em massa e, para a Defensoria Pública de MS, precisa ser ampliada para alcançar mais detentos que cumprem penas por crimes de menor gravidade”, destaca o coordenador do Nuspen.

Ainda conforme divulgado, a proposta ainda enfatiza que as regras atuais limitam severamente o alcance dos benefícios. Como resultado, muitas pessoas encarceradas por crimes não violentos permanecem presas, contribuindo para o agravamento da crise penitenciária”, pontua.

Superlotação e crise constitucional

O documento da DPMS se baseia em reflexão do STF, que classifica o sistema prisional do País como um “estado de coisas inconstitucional”.

Sendo assim, o Plano Nacional de Política Criminal e Penitenciária (2024-2027) incluiu entre suas diretrizes a ampliação das hipóteses de indulto e assim reduzir a massa carcerária. 
No entanto, a Defensoria Pública de MS chama a atenção para o fato de que diversos delitos são desconsiderados por imposição legal e constitucional.

As principais propostas de mudança

A Defensoria propõe uma série de modificações no decreto de indulto, visando simplificar sua aplicação e aumentar o número de pessoas beneficiadas. Entre as principais mudanças sugeridas estão:

Eliminação da gradação por quantidade de pena: a proposta defende a remoção das faixas de pena aplicadas como critério para concessão do indulto, tornando o processo mais simples e acessível.

Ampliação do indulto para penas inferiores a cinco anos: a Defensoria sugere que condenados por crimes com penas máximas de até cinco anos sejam automaticamente elegíveis para o indulto, ampliando o alcance do benefício.

Comutação de penas sobre o total da pena e não sobre a remanescente: isso aumentaria a quantidade de pena comutada e facilitaria os cálculos de quem pode ser beneficiado.

Nova comutação para reincidentes: a proposta elimina restrições à concessão de novas comutações a quem já foi beneficiado por decretos anteriores, assegurando que essas pessoas não sejam penalizadas duplamente.

Além dessas propostas, a Defensoria sugere outras medidas, como a redução do tempo de cumprimento da pena para crimes cometidos em concurso com crimes impeditivos e a exclusão de requisitos subjetivos, como a ausência de sanções disciplinares, que muitas vezes são aplicadas de forma arbitrária nas unidades prisionais.

Política criminal mais humanitária

Para a Defensoria, em vez de punir indiscriminadamente, a ideia é promover a reintegração social daqueles que cumprem penas por crimes de menor gravidade e que já cumpriram parte considerável de suas condenações.

Além de aliviar a superlotação dos presídios, a proposta visa oferecer uma segunda chance a essas pessoas, possibilitando que voltem à sociedade de maneira digna.
 



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