Um negócio que parecia estar encaminhado, agora corre o risco de nem mesmo se concretizar. No ano passado, a 777 Partners, dona de 70% da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Vasco e de diversos outros clubes de futebol ao redor do mundo, resolveu adquirir o Everton, que disputa a Premier League da Inglaterra.
A empresa passou a fazer aportes na equipe (que estava à beira da insolvência), que totalizaram £ 200 milhões (quase R$ 1,3 bilhão, pela cotação atual). Nos últimos tempos, porém, a própria 777 Partners viu seu nome envolvido em uma série de notícias ruins, que colocam em xeque sua capacidade de honrar compromissos assumidos ao redor do planeta.
Entre elas, o processo que ela enfrenta na Justiça dos Estados Unidos, onde é acusada de fraude fiscal, por oferecer fundos supostamente inexistentes como garantia de empréstimos que totalizam US$ 350 milhões (cerca de R$ 1,7 bilhão).
Para que a aquisição do Everton pudesse ser concluída, a 777 Partners teria de primeiro quitar um empréstimo empréstimo de US$ 197 milhões a um grupo de investidores liderado pela MSP Sports Capital.
O prazo venceu no último dia 15 de abril, mas a 777 solicitou uma prorrogação de prazo, de última hora.
Nesta semana, de acordo com o jornal britânico The Times, o atual proprietário do Everton, Farhad Moshiri, estaria propenso a rescindir o acordo com a 777. Ao mesmo tempo, o Conselho Consultivo de Torcedores do Everton pediu que a Premier League rejeite a aquisição, ao passo que a Associação de Acionistas do Clube, que detém cerca de 5% de participação, também classificou a aquisição como uma “farsa”.
A favorita para assumir o Everton passa a ser a própria MSP. Vale lembrar que empresa levantou recursos para financiar o novo estádio do clube, situado em Bramley-Moore Dock e que deverá começar a funcionar na temporada 2025/26.
Com sede em Nova York, possui diversas investimentos no esporte, incluindo participação na equipe McLaren de Fórmula 1, assim como em clubes de futebol como Brondby, na Dinamarca, Augsburg, na Alemanha, e Estoril, em Portugal.
O Vasco também enfrenta dificuldades com a 777.Comprado em 2022, o clube tenta, a partir de movimentações orquestradas pelo ex-jogador Pedrinho, atual presidente associativo do clube, desvincular-se da empresa.
Até o momento ela cumpriu suas obrigações financeiras com o Vasco, mas gerou incômodo por atrasar um aporte de cerca de R$ 100 milhões, no segundo semestre do ano passado.
O clube pediu uma garantia de que o terceiro aporte, previsto em contrato para setembro, seja de fato feito e alega que ainda tem R$ 270 milhões a receber da 777 Partners.
A associação vascaína também se queixa da falta de uma reforma em seu centro de treinamento, algo que está previsto em contrato, sem contar dos resultados esportivos ruins obtidos até o momento.