O ePrix de São Paulo, que abre a temporada 2024/2025 da Fórmula E no próximo dia 7 de dezembro, ganhou novo status na categoria em seu terceiro ano no calendário oficial do campeonato. Como etapa de abertura, os organizadores esperam atrair mais patrocinadores e firmar novas parcerias comerciais para este ano.
“Não só o awarness [reconhecimento de marca] no Brasil está crescendo. Temos algumas novidades neste ano. O carro novo, que estreia na corrida de São Paulo, é 30% mais rápido de 0 a 100 [km/h] do que o da Fórmula 1”, destaca Bruno Grassi, diretor comercial da etapa paulistana, em entrevista à Máquina do Esporte, durante o lançamento da corrida, na sede da Prefeitura de São Paulo.
“Isso muda completamente a corrida. Se torna uma coisa muito mais interessante. O público está muito mais interessado e as marcas vão atrás do público”, completa.
Alberto Longo, cofundador e organizador geral da Fórmula E, chega até a se confundir ao comparar a etapa de dezembro com a última disputada no país, em março deste ano.
“Queremos voltar a encher o circuito do Anhembi como fizemos no ano passado”, afirma o dirigente, para logo em seguida perceber o erro.
“É verdade. O Brasil é o primeiro país em que corremos em duas temporadas diferentes, mas no mesmo ano”, comenta.
Continuidade
Longo acredita que a etapa paulistana aprendeu com os erros cometidos no ano de estreia do ePrix de São Paulo no calendário da Fórmula E, em 2023, quando houve uma certa dose de improvisação que incomodou os organizadores da categoria. Prova disso é a ascensão do Brasil como etapa de abertura.
“Queremos estar muitos anos aqui, proporcionando ao fã brasileiro desfrutar da Fórmula E. O Brasil tem um mercado de 11 milhões de fãs de automobilismo e queremos estar próximoas a eles”, afirma o espanhol.
A Fórmula E tem contrato com a Prefeitura de São Paulo, asinado pelo atual prefeito, Ricardo Nunes, para cinco anos de corridas no Brasil. Após a etapa de abertura da próxima temporada restarão mais duas provas a serem realizadas, em 2025 e 2026.
Para os organizadores da corrida, a possível mudança de prefeito neste ano não irá interferir na realização das próximas provas. Há uma disputa acirrada entre Nunes, que busca a reeleição, com Guilherme Boulos e Pablo Marçal. Os três têm liderado as pesquisas eleitorais.
“Acredito que a Fórmula E promove a mobilidade e a sustentabilidade. Esses dois temas estão na agenda de todos os candidatos [a prefeito] independentemente de quem governe”
Alberto Longo, cofundador e organizador geral da Fórmula E
“São Paulo tem se mostrado superacolhedora com o ePrix. Não vejo nenhuma razão para descontinuar [o evento]. Pelo contrário. A cada ano o fica mais forte na cidade”, afirma Guilherme Birello, diretor da Fórmula E em São Paulo.
O executivo destaca que a última etapa na capital paulista movimentou R$ 180 milhões a economia e atraiu a visita de 2.000 estrangeiros para acompanhar a competição.
“Mas acho que, além da questão econômica, a gente tem uma missão muito importante de acelerar a transição energética. A Fórmula E traz a conscientização, de dialogar com as mentes pensantes brasileiras sobre a transição energética no mundo todo”, ressalta Birello.