Com chance até de INSS, Claudinho Serra pode prorrogar retorno e renúncia na Câmara de Campo Grande

Com o fim da licença daqui a oito dias, o vereador Claudinho Serra (PSDB) ainda pode recorrer aos atestados médicos para não renunciar ao cargo na Câmara de Campo Grande e sequer participar das sessões. Contudo, 15 dias é o máximo permitido, já que depois o vereador réu por corrupção pode entrar pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

Ou seja, para se manter no cargo até o fim do mandato sem renunciar ou exercer a função, Claudinho pode até tentar o INSS. As alternativas foram confirmadas pela Procuradoria da Câmara de Campo Grande ao Jornal Midiamax nesta quarta-feira (4).

“Terminado o afastamento, não apresentando outro atestado, presumimos que ele volta para assumir, daí a suplência não ficaria mais”, pontuou a Procuradoria. Então, destacou que o vereador pode recorrer ao INSS. “Não sendo superior a 15 dias, porque a 15 dias ele vai para o INSS”.

No entanto, a Procuradoria afirmou que se não houver manifestação de atestado médico, o vereador integra a Câmara novamente. Além disso, a repartição comentou sobre a decisão da Justiça em manter o Gian na vaga. “Essa decisão apenas definiu quem é o próximo suplente do PSDB”, disse o procurador-geral da Câmara Municipal de Campo Grande, Luiz Gustavo Lazzari.

O presidente da Mesa Diretora, Carlos Augusto Borges (PSB), afirmou que a Câmara irá avaliar se a apresentação do atestado médico é uma medida para postergar o retorno à Casa de Leis.

“O procurador vai avaliar se há uma vontade de protelar a volta, se não quer trabalhar e fica inventando coisas. Então a gente vai analisar o que vir. Atestado médico a gente pode pedir uma perícia, a Câmara contrata um e verifica, mas não vamos chegar nesse termo, nós estamos achando um bom termo, Claudinho é uma boa pessoa”, ele afirmou.

Fora da corrida eleitoral

Claudinho Serra não tentará a reeleição em 2024. O tucano é réu em ação penal sob acusação de chefiar esquema de corrupção em Sidrolândia – a 73 km de Campo Grande –, cuja prefeita é sua sogra Vanda Camilo (PP), que tenta a reeleição.

Assim, o prazo eleitoral para registro de candidatura terminou sem o envio dos documentos de Claudinho Serra. Logo, ele não concorrerá.

O tucano está com tornozeleira eletrônica desde 26 de abril, após ficar 23 dias preso em Campo Grande. Desde maio, Claudinho está de licença não remunerada para ‘tratar de assuntos particulares’.

Tratado como pupilo de lideranças tucanas nas últimas eleições, Claudinho havia conquistado apenas 3.616 votos, ficando só com a 2ª suplência do PSDB. Só assumiu uma cadeira após manobras do partido.

Saiba mais – Chapa ‘inflada’ do PSDB para vereador em Campo Grande preocupou investigados por corrupção, revela Gaeco

Primeiro, com o titular do mandato, João Cesar Mattogrosso, assumindo cargo no governo do Estado. Assim, o 1º suplente, Ademir Santana, foi chamado. Depois, o vereador João Rocha assumiu também um cargo no governo. Então, Claudinho assumiu como suplente em maio de 2023.

Por fim, conseguiu o mandato em definitivo quando Ademir Santana renunciou ao cargo alegando que deixava a vaga para a qual foi eleito para se dedicar à campanha eleitoral do PSDB. Ademir renunciou e entregou a vaga para Claudinho um mês antes da deflagração da Operação Tromper.

Comandou esquema de corrupção em Sidrolândia

O parlamentar é ex-secretário de Fazenda, Tributação e Gestão Estratégica de Sidrolândia e genro da prefeita Vanda Camilo. Está implicado nas investigações da 3ª fase da Operação Tromper, deflagrada pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) com apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).

Claudinho Serra e outros 21 viraram réus, em 19 de abril, após o juiz da Vara Criminal da comarca de Sidrolândia, Fernando Moreira Freitas da Silva, aceitar a denúncia apresentada pelo MPMS.

O vereador é acusado de chefiar um suposto esquema de corrupção e de fraudes a licitações enquanto era o chefe da Secretaria de Fazenda, Tributação e Gestão Estratégica de Sidrolândia, durante a gestão da sogra, a prefeita Vanda Camilo (PP). 

Investigações do Gecoc e delação premiada do ex-servidor Tiago Basso da Silva apontam supostas fraudes em diferentes setores da Prefeitura de Sidrolândia, como no Cemitério Municipal, na Fundação Indígena, abastecimento da frota de veículos e repasses para Serra feitos por empresários. Os valores variaram de 10% a 30% do valor do contrato, a depender do tipo de “mesada”. 

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