As queimadas na região pantaneira em Corumbá trazem diversos prejuízos aos cidadãos. Entre eles, o excesso de calor enfrentado diariamente por quem também lida com a fumaça dos incêndios no Pantanal. Assim, requerimento protocolado na Câmara de Corumbá pede climatização nas salas de aula da região rural do município, a 420 quilômetros de Campo Grande.
O requerimento foi apresentado em sessão ordinária na Casa de Leis. Assim, o pedido é encaminhado ao prefeito do município, Marcelo Iunes (PSDB).
São solicitadas melhorias nas salas de aula da Escola Municipal Rural Polo de Educação Integral Luiz de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres, no Distrito de Albuquerque.
Também há requerimento para estrutura que auxilie no combate aos incêndios em Forte Coimbra. Neste pedido, são solicitadas caixa d’água ou motobombas para combater os incêndios que atingem a região. O vereador Nelsinho Dib (MDB) é autor dos requerimentos.
O triste cartão-postal para quem chega a Corumbá é o fumaceiro visto de longe por conta dos grandes incêndios florestais no Pantanal. A grande cortina de fumaça é percebida cerca de 75 km da zona urbana e fica pior a cada quilômetro mais perto.
Reportagem do Jornal Midiamax percorreu o trecho de 450 km entre Campo Grande e Corumbá na quinta-feira (20), rumo ao Pantanal sul-mato-grossense. Se para quem chega já é difícil, imagina para quem convive diariamente com o fumaceiro, que toma conta da cidade.
Por conta da situação, que coloca em risco a saúde e o bolso, corumbaenses precisam mudar a própria rotina para se adaptar à fumaça. Para Silvéria de Oliveira Alves, de 50 anos, a única maneira é ficar fechada dentro de casa.
O encontro de Silvéria com a equipe de reportagem aconteceu no Porto Geral, nesta tarde. A corumbaense precisou sair de casa por uma necessidade. Mas, para isso, a máscara foi indispensável.
“É horrível pra respirar, pra lavar roupa, pra limpar a casa; pra tudo”, reclama. “Há duas semanas essa fumaça começou a invadir [a cidade] e tomou proporções que saíram do controle”, relata.
Pantanal em chamas
Em Mato Grosso do Sul, os incêndios florestais se espalham sem controle. Dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostram que em 20 dias são 1.786 focos de queimadas no Estado. Apenas no dia 19 de junho, foram registrados 250 focos de incêndio.
Os dados do Pantanal são similares. São 1.729 focos de incêndio registrados no bioma em 20 dias de junho, média de 86 focos por dia. O dia 19 de junho foi o mais crítico até agora, com 239 focos em apenas 24 horas.
Corumbá é a cidade do país com mais focos de queimadas. São 1.601 focos em 2024 no município e para se ter ideia da gravidade, a segunda cidade com mais focos de incêndio é Caracaraí, em Roraima, com 886 notificações no ano.