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Ator global substituiu autor de novela da Band há 42 anos

Ator global substituiu autor de novela da Band há 42 anos

Trama da Band com enredo inspirado na vida do autor enfrentou desafios e ator da Globo precisou assumir texto para novela ser concluída

Em 6 de dezembro de 1982, há 42 anos, a TV Bandeirantes, popularmente conhecida como Band, estreava Campeão, novela marcada por mudanças nos bastidores e a substituição do autor por um ator global. A trama, que misturava emoção, humor e os desafios do universo dos cavalos de corrida, teve como inspiração as memórias do autor Jaime Camargo, que trouxe para a história elementos de sua infância em Rio Claro, no interior de São Paulo.

O jornalista Nilson Xavier, do site Teledramaturgia, resgata uma entrevista ao Jornal Brasil onde o autor revelou que muitos personagens de Campeão eram inspirados em figuras de sua família, como tios e tias viúvas, além dos avós. Até mesmo o cavalo Panambi, figura central da trama, carregava o nome do animal que marcou a infância de Camargo.

Problemas na produção

Apesar de uma proposta criativa e emocional, Campeão enfrentou desafios significativos durante a produção. A história girava em torno de cavalos de corrida e tinha o Jockey Club de São Paulo como um dos cenários centrais. No entanto, a dificuldade de viabilizar as cenas com puros-sangues impôs limitações ao enredo.

Marcos Caruso, hoje conhecido por papéis de sucesso na Globo, assumiu roteiro de novela da Band – Reprodução/Globo

Com os problemas técnicos e de logística, Jaime Camargo foi substituído no decorrer da novela. Primeiro, Marcos Caruso, que se transformou em um grandes dos nomes da teledramaturgia na Globo nos anos 2000 e permanece na emissora até hoje, assumiu como roteirista, seguido por Lafayette Galvão, que concluiu os capítulos restantes. A troca de autores trouxe mudanças na condução da trama, mas manteve a essência emotiva e cativante da proposta inicial.

Legado da equipe 

Xavier relembra, ainda, que Campeão foi reprisada pela Band entre 2 de dezembro de 1991 e 15 de maio de 1992, em 114 capítulos, no horário matutino. Apesar de não ter um grande impacto quando o assunto é audiência e repercussão, a novela conquistou um lugar de renome por ser uma obra peculiar na história da teledramaturgia brasileira. 

A narrativa, impregnada de referências pessoais do autor, trouxe ao público um universo repleto de emoção e humor, ainda que enfrentando limitações de produção. Além disso, Campeão destacou a flexibilidade e o esforço coletivo da equipe para superar os obstáculos, uma característica marcante das produções televisivas brasileiras nos anos 1980.

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