Arraial de Santo Antônio de Campo Grande reúne mais de 39 mil pessoas em 5 dias de festa

Já em clima de saudades e contando as horas para a chegada da edição de 2025, os campo-grandenses se despediram do Arraial de Santo Antônio de Campo Grande, na noite de domingo (16), na Praça do Rádio Clube. A festa, que reuniu mais de 39 mil pessoas ao longo dos cinco dias de atividades, congrega amantes da música, do artesanato, da gastronomia e devotos do padroeiro da Capital, mostrou-se um verdadeiro caldeirão de ritmos, sons e sabores, revelando a riqueza e a pluralidade cultural de Campo Grande.

A abertura dos trabalhos ficou por conta da quadrilha com o grupo Pé na Brasa, que apresentou a coreografia “O amor dos espantalhos”. Composto por alunos do sexto ao nono ano, da Escola Municipal Isauro Bento Nogueira, do Distrito de Anhanduí, o projeto tem o objetivo de estimular a participação dos alunos nas atividades culturais da comunidade.

“Essa é uma excelente oportunidade de trazer para essa geração algo que há alguns tempos era bem presente, que são as quadrilhas. Havia concursos de quadrilhas e uma grande mobilização nesse sentido, hoje o Arraial de Santo Antônio permite esses alunos com idades entre 12 e 15 anos essa experiência que, com certeza, levarão para toda a vida”, disse o diretor da escola, Julio Anibal Gonzales Benites.

 Atração que fez os olhos de Dona Carmem Flores (64) brilharem. Moradora da região central, a boliviana radicada em Campo Grande se diz apaixonada por quadrilhas, inclusive, chegou bem antes das atividades começarem para escolher o melhor lugar.

“Moro aqui há 16 anos e sempre acompanho as atividades na praça, nos ambientes públicos. A quadrilha é uma das minhas preferidas e ver esses jovens dançando é maravilhoso pois isso significa a continuação dessa tradição, mantendo viva essa dança que alegra demais todos nós”, disse ela.

Logo depois foi a vez do Bonde do Flashback entrar em ação. O grupo tem dez anos de criação e há cinco decidiram misturar a tradicional quadrilha com as batidas da Eurodance e dos “balanços” que ganharam o mundo nas décadas de 1980 e 1990. Katia Lima da Rosa, integrante do Bonde, destaca que trazer o grupo para se apresentar num espaço como o Arraial demonstra quanto a festa é democrática, algo que eles também mostram com relação ao flashback.

“Nosso grupo tem pessoas de todas as idades, hoje vamos para a pista com uma integrante com 5 anos de idade e ou outra com 62, ou seja, não tem idade, é atemporal e poder misturar esse som com a tradicional quadrilha é maravilhoso, a gente celebra o período de festa junina de um jeito nosso e as pessoas acolhem bastante. Estamos muito felizes”.

O Arraial de Santo Antônio também tem um importante papel socioeconômico, é o período do ano onde algumas organizações beneficentes fortalecem seus caixas com o objetivo de melhorarem e até ampliarem os atendimentos prestados por eles à população. Neste ano, 35 entidades assistenciais foram selecionadas para atuarem durante os cinco dias de atividades, todo o dinheiro proveniente das vendas, fica com as instituições.

Sucesso de vendas e arrecadação comemorado pela equipe da Associação Campo-grandense da Pessoa com Deficiência (ACPD), que participou de todas as edições do Arraial de Santo Antônio já realizadas.

“Superou todas as nossas expectativas. São 22 anos participando desse evento tão importante e nós podemos dizer que este foi um dos melhores, se não o melhor ano para nós”, pontua a coordenadora da instituição, Juliana Lanzarini.

Conforme explica Lanzarini, a ACPD trabalha com as três vertentes das políticas, oferecendo atendimento a 300 pessoas nas áreas de saúde, assistência e educação e que já têm definido o que farão com o dinheiro arrecadado neste ano.

“Vamos usar esse recurso para melhorar as nossas estruturas, vamos instalar um toldo sobre uma passarela que possuímos, possibilitando que todos, possam transitar abrigados do sol e chuva, além de instalação de ar-condicionado nas salas e, graças ao excelente ano que tivemos aqui, conseguiremos fazer tudo isso”, comemorou.

A festa também se consolidou como referência gastronômica para os apreciadores das iguarias de festas juninas. O casal Henrique Pagliari Brum (35) e Larissa Pereira Mikuri (33), por exemplo, fizeram um tour gastronômico pelo Arraial. “Nós já estivemos aqui ontem (sábado) mas não consegui comer a pamonha, como o Henrique queria experimentar o acarajé, resolvemos voltar”, disse a desenvolvedora de sistemas.

Esta foi a primeira vez que Larissa participou do Arraial de Santo Antônio, para a desenvolvedora de sistemas, a organização do evento foi um destaque positivo. “Muito bom, muito organizado, atendimento rápido, comida boa. Me impressionou, com certeza retornaremos em 2025.

Henrique conta que moram na região e que já havia participado de outras edições do Arraial. “A festa está ótima, clima agradável, valeu muito à pena”.

No quesito musical, dois nomes de peso deram o tom. Com repertório repleto de clássicos do gênero e trazendo sucessos de outros estilos musicais para dentro do universo do forró, ao som de sanfona, zabumba e triângulo, o forró Ipê de Serra embalou a multidão por mais de uma hora.

Na pista, já nos primeiros acordes do grupo estava a postos a dupla José Luiz Machado da Silva (43) e Rafaela de Oliveira (42), ele consultor comercial e ela médica veterinária. Os dois são amigos apresentados pela dança e aproveitaram o último dia do Arraial de Santo Antônio, segundo eles, fazendo o que mais amam.

“A dança é uma terapia, aqui a gente esquece todos os problemas e ainda faz amigos. Não podia ter maneira melhor de fechar a festa. Forró é tudo de bom. A festa vai deixar saudades”, concluiu Rafaela.

E se o objetivo é manter vivas tradições, a dupla Alex e Yvan fez isso com propriedade. Em meio à sucessos que marcaram a carreira dos Violeiros de Bodoquena, a viola caipira e o modão raiz tiveram destaque, empolgando o público que cantou do começo ao fim.

 

 

 

 

 

*texto atualizado às 13h33 para corrigir informação



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Texto e tradução @nia_tae | Vídeo: alaa_Hamouda2
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Von Foerster calculou que, caso o crescimento continuasse no mesmo ritmo, os sistemas naturais e a infraestrutura humana não seriam capazes de sustentar tanta gente, levando a uma crise global sem precedentes. 

O crescimento populacional, de fato, desacelerou ao longo das últimas décadas em várias partes do mundo, o que reduz o risco imediato. Porém, o estudo ainda serve de alerta para os limites dos recursos e a necessidade de um uso sustentável do que temos.

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