Aretuza Lovi, cantora e precursora da cena drag musical no Brasil, fala sobre seus desafios e lutas contra preconceitos como pai LGBTQIA+
Além de cantora, Aretuza Lovi, precursora da cena drag musical no Brasil e voz ativa na comunidade LGBTQIA+, também é pai e precisa se equilibrar entre a carreira e a paternidade. Entretanto, não é nada fácil lidar com os preconceitos e desafios.
Pai do pequeno Noah, de 9 anos, Aretuza contou como enfrenta e supera os obstáculos para proteger o menino. “A maior dificuldade é proteger o seu filho no mundo. A gente já passou por várias situações dentro da escola, e até tive que tirar o Noah de escolas que tinham um ensinamento evangélico”, contou.
E relatou: “Certa vez, a diretora chegou a beliscar ele por ser filho de um gay. Entrei na Secretaria e, revoltado, derrubei tudo no chão. Isso fez com que eu entendesse o que é o amor, o que é a proteção, e do que somos capazes por nossos filhos”.
A escola acabou se tornando um ambiente cruel, ao invés de acolhedor e de ensinamentos para o filho. “Às vezes, há comentários de que a criança está perdida, que é do demônio, ou que será viado igual ao pai. Ao mesmo tempo que dói, você tem que conversar com seu filho, não passar essa dor para ele”, desabafou.
Entretanto, o amor entre pai e filho supera qualquer barreira e homofobia. “Quando ele fala ‘eu tenho orgulho de você’, me desmonta. Precisei ir à escola, conversar, dizer que ele é filho de um LGBTQIA+, que tem orgulho e que ele tem uma família”, conta.
Os comentários maldosos passam dos limites e Aretuza revelou que já recebeu mensagens absurdas dizendo que usava seu filho para pedofilia. “Você tem que ter uma maturidade para lidar com isso. É muito difícil passar por essa situação”.
Entretanto, mesmo precisando enfrentar tanto preconceito e maldade nas redes sociais, seu propósito é influenciar e sensibilizar as pessoas. “Tudo que eu falo é realmente para instruir, para influenciar no meu meio, na minha bolha, para que as pessoas não levem pauladas”, declarou.