A entrada da Arábia Saudita no mundo do tênis ganhou mais um episódio na segunda-feira (20), quando a WTA anunciou novo acordo com o país. Com a parceria, o ranking da entidade passará a levar o nome do seu Fundo de Investimento Público (PIF, na sigla em inglês), assim como feito com o masculino, da ATP.
O PIF será o primeiro parceiro de nomeação do ranking da WTA. O acordo, cujo valor e extensão não foram divulgados, também prevê investimentos em iniciativas para o desenvolvimento de jovens jogadoras e níveis inferiores do tênis.
“Estamos muito satisfeitos em receber o PIF como parceiro global da WTA e nosso primeiro parceiro oficial de nomeação do WTA Rankings. Juntos, esperamos compartilhar a jornada de nossas talentosas jogadoras ao longo da temporada, à medida que continuamos a desenvolver o esporte, criando mais fãs de tênis e inspirando mais jovens a praticar o esporte”, disse Marina Storti, CEO da WTA Ventures.
Há cerca de um mês, a WTA havia anunciado também que a Arábia Saudita será o país-sede do WTA Finals, torneio realizado no final da temporada e que distribui a maior quantidade de pontos no ranking depois dos Grand Slams.
A disputa da competição em Riade, capital do país árabe, faz parte de um acordo de três anos, que proporcionará um aumento de 70% na premiação, para US$ 15,25 milhões.
Os investimentos no tênis feitos pelo fundo soberano da Arábia Saudita também abrangem as categorias masculinas. Com a ATP, o país selou um acordo em fevereiro que também coloca seu nome no ranking da associação.
Além disso, fechou acordos que incluem sua participação em diversos eventos do calendário, em etapas em Pequim, Indian Wells, Madri e Miami.
Antes do acordo, a Arábia Saudita já havia sido anunciada como sede das finais do Next Generation ATP, competição sub-21, de 2023 a 2027.
O investimento da Arábia Saudita nos esportes, não só no tênis, têm causado diversos questionamentos. O país é constantemente acusado de estar praticando o sportswashing, que se traduz como lavagem esportiva.
O termo é utilizado para se referir a nações, organizações ou pessoas que utilizam o esporte como forma de melhorar sua reputação e desviar a atenção de práticas escusas ou que atentem contra a dignidade humana.
No caso da Arábia Saudita, as críticas se dão por conta de violações de direitos humanos praticadas pelo seu governo, principalmente contra a comunidade LGBTQIA+, mulheres e minorias religiosas, entre outros. O reino, porém, nega as acusões de sportswashing.
Nesse cenário, existe discussão intensa no mundo do tênis sobre o envolvimento do esporte com o país. Ex-jogadoras como Chris Evert e Martina Navratilova, por exemplo, chegaram a se posicionar contra a relação da WTA com a Arábia Saudita.