O ex-nadador e atual coach e empresário Joel Jota, que tem mais de 5,1 milhões de seguidores apenas no Instagram, desistiu de aceitar o convite do Comitê Olímpico do Brasil (COB) para ser uma espécie de mentor e mais um dos membros do programa de padrinhos e madrinhas do Time Brasil para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris 2024.
O anúncio oficial de Joel Jota para o programa do COB foi feito na última quarta-feira (17). No entanto, na quinta-feira (18), a repercussão em relação ao tema foi bastante negativa. Diversos veículos de comunicação publicaram informações e opiniões, inclusive com postagens de atletas e ex-atletas, citando o fato de que o currículo apresentado pelo empresário possui informações consideradas mentirosas.
“Jota se diz ‘ex-nadador de seleção brasileira’, diz que foi ‘um dos melhores do mundo’. Ele sempre foi piada entre atletas de ponta, que realmente foram de seleção, melhores do mundo. Imagina como esses atletas estão se sentindo agora que alguém que vende o que não é vai ser ‘mentor’ deles na Olimpíada. Galera tá puta, se sentindo desprestigiada”, escreveu Demétrio Vecchioli, do blog Olhar Olímpico, do UOL.
Entre os atletas e ex-atletas, uma das postagens mais contundentes foi feita pela ex-nadadora Joanna Maranhão, que representou o país nos Jogos de Atenas 2004, Pequim 2008, Londres 2012 e Rio de Janeiro 2016.
“Não existe problema algum em não ter chegado à seleção ou não ser atleta de ponta. A questão aqui, é que esse cidadão vende o que não foi. E vou além, ele não é psicólogo”, afirmou a ex-atleta em sua conta no X (antigo Twitter).
Joel Jota chegou a se defender.
“O COB veio atrás de mim por conta de tudo aquilo que fiz na minha carreira após a natação. Eu não estou indo para nadar. Eu estou indo porque eu sou uma pessoa que tem rede social grande, que posso mostrar os valores olímpicos. Vou dar uma levantada na motivação. Não vou fazer nenhum papel de treinador, não vou fazer nenhum papel de psicólogo”, explicou o coach, em uma entrevista ao site do Estadão.
No entanto, com a pressão crescente e sendo chamado inclusive de charlatão, o empresário decidiu recuar e desistiu de aceitar o convite. Em uma publicação em seu perfil no Instagram na madrugada desta sexta-feira (19), ele tentou mais uma vez explicar o que é o programa de padrinhos e madrinhas do COB, assim como o motivo de ter sido chamado, mas terminou afirmando que teve “um dia desgastante” e achou melhor “renunciar o papel de padrinho do Time Brasil”.
“Apesar de ter ficado muito feliz pelo convite, cheguei à conclusão que será melhor pra mim e minha família que eu não participe mais como padrinho da delegação brasileira em Paris”, disse Joel Jota.
Com a desistência, o programa do COB segue, por enquanto, com oito representantes: a atriz Larissa Manoela, o surfista Pedro Scooby, o cantor Wesley Safadão, o ator Murilo Rosa e sua esposa, a modelo Fernanda Tavares, a atriz e apresentadora Sabrina Sato, o jornalista e youtuber Hugo Gloss, e ainda a Cazé TV, do streamer Casimiro Miguel.