Antropóloga conta o que aconteceu com tribo canibal que comia os restos mortais de parentes


Tribo Fore acabou sendo atingida por epidemia de doença neurológica por causa do canibalismo praticado pelas mulheres em Papua Nova-Guiné Até os anos 1960, os integrantes de uma tribo que vivia em região remota de Papua-Nova Guiné comia os restos mortais dos parentes mortos. O ritual do Fore não era um ato cruel. O canibalismo ocorria porque as mulheres da tribo acreditavam que devorar um ente querido era melhor do que deixar o cadáver para os vermes.
Os Fore acreditavam que ser comidos após a morte era uma grande honra. Mas havia um “clásula” que garantia a membros da tribo recusar esse fim. A maioria, porém, aceitava ser devorada. Homens não participavam desse ritual.
Na década de 1950, a antropóloga australiana Shirley Lindenbaum descobriu que a doença neurológica kuru estava disseminada entre os Fore. Logo ele fez uma relação entre o canibalismo e a epidemia.
“Só as mulheres comiam outras mulheres. Suas irmãs e cunhadas, que estavam morrendo. Elas estavam sofrendo (pelo luto) enquanto as comiam”, disse Shirley ao “Daily Star”.
“Normalmente pensamos no canibalismo como lutar com as pessoas e depois comê-las. Não foi nada disso, os homens não eram canibais”, continuou ela.
Shirley Lindenbaum e membros da tribo Fore
Reprodução/medanthrotheory.org
“Perguntamos a elas: ‘O que vocês fizeram com os corpos?’ E então soubemos. Elas responderam: ‘Nós as comemos!’, então descobrimos que era isso que as deixava doentes”, acrescentou a antropóloga, de 92 anos, radicada nos EUA.
Kuru é uma condição neurológica incurável e fatal que causa tremores e desligamento do sistema nervoso. Acredita-se que tenha sido transmitido pela ingestão do cérebro de uma pessoa infectada.
Ao estudar a tribo, Shirley descobriu que as Fore comia todas as partes dos parentes, exceto uma: a vesícula biliar.
“Era considerada muito amarga”, explicou.
Shirley continuou estudando o povo Fore nas décadas de 1960 e 1970 e conseguiu fazer com que as mulheres parassem de comer umas às outras quando descobriu que o kuru estava sendo espalhado por meio do canibalismo.
“Ainda tenho amigos da época com os Fore. Alguns até me enviam mensagens por e-mail ocasionalmente”, disse a antropóloga.

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