Segundo dia de desfiles apresentou nível semelhante ao primeiro Por Bernardo Araujo
A famigerada Maldição de Domingo, que derruba os desfiles do primeiro dia de Grupo Especial e vitamina os do segundo, não deu as caras em 2024: assim como o domingo, a segunda-feira teve três escolas acima das outras, que devem formar o sexteto das campeãs no próximo sábado. Assim como no primeiro dia, três carnavais de estilos distintos apresentaram melhor rendimento: o capricho histórico e politizado da Portela, a leveza e bom humor da Mangueira e a modernidade da Viradouro.
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Última a desfilar, a escola de Niterói se apresenta como a agremiação a ser batida em 2024. A alvirrubra, que desde que voltou ao Grupo Especial, em 2019, não ficou abaixo do terceiro lugar, inovou com um setor inteiro de desfile fosforescente, que interagia com a luz cênica da avenida, ao apresentar o enredo “Arroboboi, dangbé”, sobre o culto dos voduns da Bahia e a serpente que o simboliza. No começo do desfile, ainda à noite, o arrebatamento visual foi semelhante àquele da Grande Rio no domingo. Os jurados terão seus critérios, mas não houve óbvios pontos perdidos no desfile.
Ainda no começo da noite, a Portela se vingou da catástrofe de seu centenário, em 2023, quando amargou um décimo lugar: “Um defeito de cor”, baseado no livro de mesmo nome, foi um carnaval clássico, completo, luxuoso, emocionante e de viés político, cerrando os punhos contra o racismo. Possivelmente o desfile mais emocionante do carnaval inteiro.
A emoção também marcou o começo do desfile da Mangueira, quando Alcione cantou alguns de seus sucessos acompanhada da bateria. Quando o portão se abriu, no entanto, foi uma Estação Primeira carnavalesca, criativa e divertida que apareceu, muito bem embalada por samba e bateria.
Essas três, possivelmente, se unirão a Imperatriz, Grande Rio e Salgueiro no Sábado das Campeãs.
Entre as que não devem voltar, a Mocidade Independente de Padre Miguel promoveu um baile animado com seu suco de caju, mas a picardia, o bom humor e o tropicalismo pouco deram as caras; a Unidos de Vila Isabel, em pleno aniversário de 86 anos de Martinho da Vila, não foi Vila nem foi Paulo Barros; e o Paraíso do Tuiuti se perdeu entre barcos e peixes ao homenagear o marinheiro João Cândido, líder da Revolta da Chibata em 1910.
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