Para a Contigo! Digital, Ana Luiza Ferreira fala sobre novo marco na carreira nos musicais, como a Lydia Deetz de Beetlejuice, ao lado de Eduardo Sterblitch
A cantora e atriz Ana Luiza Ferreira comemora novo marco na carreira nos musicais como a personagem Lydia de Beetlejuice: Os Fantasmas se Divertem – O Musical. Em entrevista para a Contigo! Digital, a artista fala do desafio de dar vida à icônica personagem do clássico cult dos anos 80, Lydia Deetz, ao lado de Eduardo Sterblitch e grande elenco.
Descobri que tinha algum talento artístico…
“Quando criança, eu era muito fã de Sandy & Junior e comecei a aprender a cantar tentando imitar
a Sandy. Comecei a ganhar todos os concursos de karaokê nas festas dos amiguinhos das escolas”.
Subi em um palco profissionalmente…
“Foi direto no meu primeiro musical. Mudança de Hábito, no Teatro Renault. Fui do zero a 1500
pessoas me assistindo de primeira”.
Me emocionei vendo um musical…
“Quando eu assisti a Wicked na Broadway. Fui para Nova York pela primeira vez em 2010 e queria muito assistir, mas tinha uma placa dizendo que todas as performances estavam esgotadas. Implorei pra
moça por um ingresso e ela disse que tinha apenas um na última fileira. Sentei lá do lado de uma
pilastra e me emocionei desde o primeiro acorde”.
Entendi que não seguiria na carreira publicitária…
“Quando fiz a primeira fase da audição do Mudança de Hábito e voltei para o estágio. Quando me
chamaram pra fase final, eu pedi demissão mesmo sem ter a certeza se tinha passado ou não. Eu já
sabia que não conseguiria permanecer ali”.
Ouvi meu primeiro ‘sim’ em uma audição…
“Quando eu recebi a ligação, eu estava na faculdade de Publicidade. Entrei numa sala vazia e ouvi: “Parabéns, você vai ser a Maria Roberta. Fingi costume na ligação, mas quando desliguei, pulei,
gritando de felicidade e fiz uma videochamada com a minha mãe e com meu melhor amigo chorando muito”.
Ouvi meu primeiro ‘não’ em uma audição…
“Meu primeiro ‘não’ foi criança ainda. Fiz a primeira audição para um musical com 14 anos. Foi
para o Noviça Rebelde. Mas eu já parecia muito mais velha, tanto que, no mesmo ano, já comecei
a audicionar para os papéis de adultos em outras produções”.
Recebi minha primeira indicação a um prêmio…
“As pessoas lá no teatro falavam que eu ia ser indicada como revelação no Prêmio Bibi Ferreira,
mas eu falava: ‘Será?’ Acho que nem eu confiava em mim mesma. Mas quando saiu oficialmente foi
uma festa. A pessoa que me contou foi a Carina Gregório, que era nossa diretora residente assistente. Fiquei muito feliz”.
Fui reconhecida como Atriz Revelação…
“O Prêmio Bibi Ferreira foi uma catarse. Lembro como um borrão. Não parei um segundo naquele
dia. Tinha acabado de performar no palco quando anunciaram minha categoria e tive que fazer uma
troca rápida do figurino para o meu vestido e me anunciaram como vencedora assim que cheguei
correndo na plateia. Sempre falo que foi muito importante ganhar esse prêmio para eu conseguir
acreditar mais em mim mesma, saber que estava trilhando o caminho certo. Sou muito grata”.
Tirei minha primeira foto e/ou dei meu primeiro autógrafo…
“Foi na porta do Teatro Renault. A pessoa me achou anos depois nas redes sociais e me mandou
uma foto do meu autógrafo e eu escrevi que tinha sido o primeiro. Legal demais essa interação com
o público que acontece no famoso stage door”.
Conquistei minha primeira protagonista em um musical…
“Quando fui chamada para a Veronica Sawyer, no musical Heathers. Estava no salão fazendo a
unha, e com a barulheira não ouvia a ligação. Mas a produção estava me convidando e, por muito
tempo, achei que me chamaram para a audição. Até eu entender que era um convite pra ser a personagem e aí eu gelei e falei: ‘É sério? Não brinca com meu coraçãozinho’. E aí foi só felicidade”.
Contracenei com um ídolo…
“No meu primeiro trabalho, eu já tive o prazer imenso de contracenar com a Karin Hils, que fazia
a icônica personagem Deloris Van Cartier. Cresci ouvindo e dançando as músicas do Rouge. Tinha
aquele CD lindo todo rosa com glitter. Tocou lá em casa até arranhar”.
Um famoso prestigiou meu trabalho…
“O primeiro famoso que lembro de ter me assistido foi o Sidney Magal, no Mudança de Hábito. Ele foi
muito querido quando nos encontramos no final da sessão”.
Passei um perrengue em cena…
“Não sei se foi o primeiro, mas o mais memorável foi no Heathers, quando eu torci o pé em
cena e posteriormente descobri que tinha rompido três ligamentos e, mesmo assim, segui mais
uma hora de peça – sem sair de cena, pois eu era a protagonista – com muita dor e dedos pretos!”.
Compus minha primeira música…
“A minha primeira música, de verdade, eu compus na época da escola mesmo. Mas era uma brincadeira no recreio da escola entre amigas que jamais se tornará pública!”.
Viralizei no TikTok…
“Era o auge da pandemia, e estávamos todos trancados em casa procurando meios de interagir online uns com os outros. Comecei a fazer vídeos de uma trend chamada “canta comigo” no TikTok.
Eram vídeos que propunham um dueto com outro usuário, então eu tocava o trecho de uma música,
cantava uma frase e deixava a outra para pessoas duetarem e cantarem comigo. Meus videos começaram a fazer sucesso e fiz vários desses que viralizaram”.
Alcancei 1 milhão de pessoas com a arte…
“Meu primeiro milhão de visualizações foi um desses vídeos de “canta comigo”, em que
estava cantando Sandy & Jr. É muito legal ver que, desde o início, eles sempre fizeram muito parte das minhas conquistas”.
Ouvi minha voz em um single ou jingle…
“Meu primeiro jingle foi um cover de Romaria para uma marca de carros importados muito famosa.
Eu lembro que tocou no intervalo do horário nobre na TV enquanto minha família inteira estava
jantando na mesa da cozinha. Vibramos muito evcomemoramos juntos”.
Minha arte me proporcionou uma conquista pessoal ou profissional…
“Acho que todo dia minha arte me proporciona algo. Mas uma que fiquei pessoalmente feliz foi
quando, no pós-pandemia, as pessoas iam me assistir no teatro falando que foram, pois estavam acompanhando meu conteúdo no TikTok. Fiquei muito feliz de saber que podemos utilizar
as novas redes e ferramentas pra aproximar as pessoas da arte”.
Me senti realmente feliz como artista…
“A primeira vez no palco profissionalmente. Foi a realização de um sonho muito grande. Eu sei o
quanto sou privilegiada por trabalhar com o que eu mais amo no mundo. A primeira preview do Mudança de Hábito, o público no teatro urrava como se tivesse num estádio de futebol torcendo para o
seu time favorito. Foi uma energia inesquecível”.
Tive contato com Beetlejuice…
“Assistindo ao filme clássico Os Fantasmas Se Divertem, de 1988, em alguma reprise da Sessão
da Tarde. Sou muito fã da estética do Tim Burton, desde criança”.
Me conectei com a personagem Lydia Deetz…
“Acho que a primeira vez que eu cantei Dead Mom, ainda em inglês, na aula de canto. Eu já
sabia que seria a Lydia na montagem brasileira e estava me preparando para os palcos, sentindo tudo aquilo que a música dizia, pela perda recente do meu pai, então foi uma sensação bem inesquecível”.