Governo Federal anulou, nesta terça-feira (11), leilão para comprar arroz importado. Há suspeitas de corrupção na negociação milionária com duas empresas e que já era alvo de críticas de deputados federais do MS.
Marcos Pollon, deputado bolsonarista do MS, anunciou, há mais de uma semana, que iria investigar a compra de arroz que ele classificou como ‘’desnecessária’’ e ‘’politiqueira’’. Ele, inclusive, fez movimentos para ouvir o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, em comissão na Câmara.
A compra do cereal seria para compensar as perdas da safra gaúcha em razão das enchentes no começo de maio. No entanto, federação que responde pelos arrozeiros gaúchos explicou que a importação é desnecessária em razão do RS já ter colhido 83% da safra antes das enchentes (6,5 milhões de toneladas). Detalhou que os produtores ainda podem colher o cereal das lavouras não atingidas pelas chuvas.
Segundo o UOL, sorveterias e locadoras de máquinas, com baixíssimo capital social, saíram vencedoras do leilão. Após dias de denúncias nas redes sociais e na imprensa, a Conab constatou que as empresas não tinham capacidade de entrega. O Estadão revelou que somente uma delas seria do ramo exigido.
Um novo leilão, segue o UOL, será feito, mas ainda sem data definida.
Neri (esq.) foi demitido do MAPA (Foto: João Vieira – A Gazeta – arquivo)
Demissão
Neri Geller, secretário de Agricultura – o segundo cargo mais importante do Ministério da Agricultura – foi demitido nesta terça-feira. Foi descoberto que a corretora que participou do leilão pertence a um ex-assessor dele e é sócio do filho do secretário.
CPI
Marcos Pollon anunciou, via rede social, nesta terça-feira, que já assinou pedido de CPI para investigar o leilão do arroz, mesmo após a anulação da compra.