A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), protocolou projeto na Câmara Municipal para abrir crédito suplementar de R$ 268 milhões para a construção do Hospital Municipal em Campo Grande. Inicialmente, a prefeitura havia informado que o hospital seria ‘pago’ após o final da obra e tem estimativa de R$ 210 milhões em investimento.
O projeto chegou até à Casa de Leis nesta quinta-feira (15) e vereadores promoveram debate sobre o pedido da chefe do executivo.
Conforme o vereador Victor Rocha (PSDB), o projeto causa estranheza porque foi protocolado no “apagar das luzes”, se referindo a proximidade com as eleições, além de que a prefeitura havia informado anteriormente que não gastaria nada por enquanto com a obra. O vereador, que é presidente da Comissão de Saúde, convocou audiência pública para esta sexta-feira (16), às 9h, na Câmara Municipal, para discutir o projeto.
“A gente vai ter a oportunidade amanhã do Executivo explicar para a população, discutir o projeto, para que a gente possa averiguar. No primeiro momento não ia ser nenhum tipo de gasto para o município, e de repente vem para a Câmara um projeto pedindo autorização para uma operação de crédito de 270 milhões”, disse.
O vereador Marcos Tabosa (PP) rebateu Victor. “Quanto custa o valor de uma vida? R$ 40 milhões? Uma vida não tem valor”, disse. O presidente da Casa, Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), disse que a Câmara vai ajudar a construir o hospital municipal, ‘mas com responsabilidade’.
Hospital Municipal de Campo Grande
O investimento previsto é de R$ 200 milhões por meio de PPP (Parceria-Público-Privada). Conforme a líder do poder executivo municipal, o local terá capacidade de atender 1,5 mil pessoas.
No mês de março, a secretária de Saúde de Campo Grande, Rosana Leite, enfatizou que a ideia da construção de um hospital de gestão municipal está na pauta da prefeitura desde 2014, e reiterou o compromisso de dar uma resposta à população até 2025.
Pagamento após final da obra
O HMCG (Hospital Municipal de Campo Grande) vai ser entregue apenas daqui a dois anos e até lá a Prefeitura não vai gastar um centavo com o empreendimento. Isso porque ele será construído na modalidade ‘Built to Suit’, ou ‘Construir para Usar’, em tradução livre.
“Então, essa modalidade que é o BTS, ele permite que a gente comece a pagar a partir da entrega, como se fosse um aluguel […] A empresa faz a obra, coloca, nesse nosso caso, com responsabilidade total deles, não só a construção, mas equipar também, com todos os nossos equipamentos e os facilities, ou seja, quando eles entregarem a obra, eles ainda vão ficar, durante aproximadamente 20 anos, responsáveis pela limpeza, pela nutrição, pela segurança e a gente paga tipo um aluguel. E esse aluguel, o decorrer de 20 anos, volta para gente todo esse hospital”, explica a secretária municipal de Saúde, Rosana Leite.
Em outras palavras, a empresa que ainda será licitada vai ser responsável por construir e manter o empreendimento e, em contrapartida, a prefeitura vai ‘pagar’ o espaço em forma de aluguel.