No top 10 de séries mais vistas da história da Netflix, Adolescência virou um fenômeno global ao retratar a história de um menino de 13 anos acusado de matar uma colega de escola.
O enredo provocou debates nas redes sociais e mobilizou reportagens. Mas não surpreendeu a juíza Vanessa Cavalieri, da Vara da Infância e Juventude do Rio de Janeiro.
“A série não mexeu tanto comigo porque trata de algo que vejo e falo há anos”, afirma.
Desde o lançamento da produção, em 13 de março, o telefone de Cavalieri não para de tocar, com pedidos de entrevistas e palestras sobre o tema.
Para ela, a produção se tornou um sucesso de audiência e impactou o público por expor uma realidade que muitos desconhecem ou ignoram: os riscos a que adolescentes estão expostos na internet.
“Muitas famílias acham que, se o filho está em casa, mexendo no celular ou no computador em seu quarto, ele está seguro. Mas isso não é necessariamente verdade.”
A magistrada destaca que a série aproxima o telespectador da história ao apresentar um protagonista comum.
“Ele vem de uma família trabalhadora, com pais amorosos e cuidadosos, que não foram negligentes de forma significativa. Ele poderia ser colega dos nossos filhos na escola, frequentar o mesmo clube, morar no nosso condomínio. Isso choca, porque nos faz perceber que uma tragédia assim pode estar perto de nós.”

Crédito,Rosane Naylor