Já sabemos que a integração de sistemas automatizados promete ganhos significativos em eficiência e produtividade. Estima-se que 80% das empresas adotarão automação inteligente até 2025, segundo pesquisa da Analytics Insight. Mas o que pouco se fala é que esse processo também traz desafios que precisam ser cuidadosamente administrados. No centro dessa transição está a cultura corporativa, um fator importante que pode determinar o sucesso ou o fracasso da automação dentro das organizações.
A adoção de tecnologias automatizadas exige mais do que apenas a implementação de novos sistemas e ferramentas, requer uma mudança fundamental no pensamento orientado a processos e uma crítica aos processos existentes na empresa. Empresas que desejam prosperar nesse novo cenário devem não apenas adotar a automação, mas também revisar e melhorar continuamente seus processos, promovendo a adaptabilidade, a inovação e a aprendizagem contínua.
Um dos primeiros passos para preparar a cultura corporativa para a automação é a comunicação clara e transparente sobre as mudanças iminentes. A resistência à mudança é uma reação natural entre os funcionários, especialmente quando há temores sobre a substituição de empregos por máquinas.
Lideranças devem abordar essas preocupações diretamente, destacando os benefícios da automação, como a redução de tarefas repetitivas, o aumento da precisão e a liberação de tempo para trabalhos mais estratégicos e criativos. Uma comunicação eficaz pode ajudar a atenuar ansiedades e construir uma visão compartilhada do futuro da empresa.
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Além disso, a formação e o desenvolvimento de habilidades são essenciais. A automação não significa apenas a substituição de mão-de-obra humana por máquinas, mas também a requalificação dos funcionários para trabalharem ao lado dessas novas tecnologias. Programas de treinamento contínuo devem ser implementados para garantir que a força de trabalho esteja equipada com as competências necessárias para operar e colaborar com sistemas automatizados. Essa abordagem não só aumenta a competência técnica, mas também fomenta uma cultura de aprendizagem e adaptação.
A automação também redefine a liderança. Líderes devem se tornar facilitadores da mudança, promovendo uma cultura de experimentação e inovação. Isso implica encorajar a tomada de riscos calculados e a aceitação de falhas como parte do processo de aprendizagem. Em vez de se ater a métodos tradicionais, líderes precisam estar dispostos a explorar novas abordagens e a abraçar a incerteza. Essa mentalidade pode ser contagiante, inspirando toda a organização a adotar uma postura mais proativa e inovadora.
Outro aspecto crítico é a colaboração interdisciplinar. A automação envolve frequentemente a integração de várias funções e departamentos dentro de uma empresa. Uma cultura corporativa que incentiva a colaboração e a quebra de silos organizacionais pode facilitar a implementação de soluções automatizadas mais eficazes. Isso requer a criação de um ambiente onde diferentes equipes possam compartilhar conhecimentos, ideias e melhores práticas. A cooperação interdepartamental não só melhora a eficiência, mas também promove um senso de unidade e propósito comum.
Por fim, a medição e a adaptação contínua são essenciais. A automação é um campo dinâmico, com tecnologias e práticas evoluindo rapidamente. As empresas devem estabelecer métricas para avaliar o impacto da automação e estar prontas para ajustar suas estratégias conforme necessário. Isso requer uma cultura corporativa que valorize o feedback, a avaliação constante e a disposição para fazer mudanças iterativas.
*Renan Salinas é CEO & Founder da Yank Solutions