Whindersson Nunes voltou a falar sobre um dos períodos mais delicados de sua trajetória pessoal. Durante participação no podcast “Inteligência Ltda.”, o humorista relembrou a fase em que enfrentou internação psiquiátrica e, nesse processo, passou a questionar a própria orientação sexual.
A lembrança surgiu quando ele comentou sobre a relação construída com o profissional que o acompanhou de perto durante o tratamento, relação que despertou sensações novas e o levou a encarar dúvidas que nunca haviam feito parte de sua rotina emocional.
Após receber alta, Whindersson retornou para casa sob supervisão de um acompanhante terapêutico. Esse período, segundo relatou, provocou uma mudança perceptível no modo como enxergava o especialista.
“Eu fui para casa e deixaram um acompanhante terapêutico comigo. Um cara de 1,90 m, lindo, e eu comecei a olhar esse cara diferente”, disse. A convivência diária, somada ao cuidado constante, abriu espaço para uma reflexão intensa e inesperada, que o fez repensar sentimentos e percepções internas que até então não existiam.
A proximidade avançou ao ponto de despertar dúvidas profundas. “Eu estava na sala em casa e pensando: ‘Talvez seja esse o problema da minha vida. Eu sou gay’. Depois pensei: ‘Ah, se eu for gay, vou ter que fazer também o que gay faz’”, contou.
O humorista descreveu o momento com naturalidade, destacando o quanto aquela convivência o fez revisitar questões pessoais que permaneciam adormecidas.
Novo rumo e reflexão sobre afeto
Após cerca de três dias nesse convívio, Whindersson decidiu voltar para a internação. A decisão ocorreu depois que ele levou o assunto ao próprio profissional, que o orientou a buscar uma nova abordagem em outra clínica, movimento que marcou um ponto de virada na condução do tratamento.
Ao narrar o episódio, o artista aprofundou ainda mais a reflexão sobre afeto entre homens, tema que costuma surgir com dificuldade em conversas públicas.
“Foi a primeira vez que um homem cuidou de mim bem, com carinho, afeto. Homem é difícil de se abrir, a gente não se abre muito pra falar as coisas. Ele me tratando bem, acordando todo dia com o remédio na mão, eu olhava assim pra ele. Aí o cara reflete”, afirmou.
O relato evidenciou não só o impacto do cuidado recebido, mas também a importância de espaços onde homens possam se sentir seguros para expressar fragilidades e reconhecer emoções que raramente ganham voz.
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