6 fatos estranhos sobre ano bissexto que talvez você não saiba

A cada quatro anos, salvo algumas exceções, um dia bissexto é adicionado ao mês de fevereiro para sincronizar o nosso calendário ao tempo que a Terra leva para completar uma órbita ao redor do Sol. Mas há outros fatos um tanto estranhos relacionados ao tema. Confira abaixo alguns deles.

Os anos bissextos são necessários por muitos motivos, como manter as estações meteorológicas relativamente ajustadas aos equinócios e solstícios. Sem os dias 29 de fevereiro a cada quatro anos, não demoraria muito para que nosso calendário ficasse completamente desalinhado com as posições da Terra em relação ao Sol.

Além disso, um agente muitas vezes esquecido exerce um papel importante nos movimentos astronômicos que causam essas mudanças sutis, mas cumulativas: a Lua. À medida que ela se afasta da Terra, os dias em nosso planeta também são afetados.

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Vamos à lista de curiosidades.

Um dia não tem 24 horas

Sim, nossos relógios nos enganam, pois os nossos dias não têm exatamente 24 horas. A definição tradicional de “dia” é uma volta de 360º em torno de seu próprio eixo, mas isso ocorre uma vez a cada 23 horas, 56 minutos e 4,09 segundos.

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O tempo que ficamos “devendo” ao relógio se acumula ao longo das semanas, meses e anos, mas o problema não para aí. Na verdade, o próprio movimento da Terra ao redor do Sol interfere na soma total de dias ao longo de um ano.

Assim, completar uma rotação de 360° também não é o mesmo que um dia. O movimento elíptico da Terra através do espaço em relação ao Sol implica que girar uma vez em seu próprio eixo nos deixa um pouco “atrás” de onde deveríamos estar no final do ano. 

Por fim, apenas quatro dias em cada ano civil (do calendário) têm exatamente 24 horas — e nenhum deles é bissexto.

O ano não é uma órbita completa

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A definição comum de ano seria o movimento da Terra ao redor do Sol, terminando quando o planeta volta à mesma posição em que estava no início de 1º de janeiro. O motivo são as mudanças na orientação do eixo da Terra ao longo do tempo devido à precessão axial.

Em escalas de tempo de mais de 20.000 anos, o movimento de precessão do eixo da Terra realiza um círculo, causando um impacto na posição relativa da Terra em relação ao Sol a cada ano. Quando o planeta completa uma órbita de 360° em torno do Sol, seu eixo estará orientado de forma ligeiramente diferente em relação à estrela.

Um ano não dura 365 dias

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Não existe ajuste no calendário capaz de fazer um ano durar dias sem que falte ou sobre algumas horas. Se considerarmos o movimento da Terra, seria algo em torno de 365,242188931 dias. Isso leva em consideração vários fatores descritos acima, mas também inclui as perturbações gravitacionais de outros corpos do Sistema Solar.

O sistema de ano bissexto adiciona um dia extra a cada quatro anos para completar as horas que faltaram nos três anos anteriores. No geral, podemos dizer que a cada ano ficamos com uma defasagem de aproximadamente ¼ de dia por ano, ou seja, cerca de 6 horas.

Os anos bissextos não são perfeitos

O sistema de anos bissextos, mesmo após os ajustes do calendário gregoriano, serviu como ajuste para a regra adotada no calendário juliano e funciona bem até hoje. Mas os cientistas daquela época (1582) tiveram que pensar no futuro para que nós, gerações de séculos adiante, não tivéssemos que nos preocupar muito.

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No calendário gregoriano, o dia bissexto é adicionado se o ano terminar em “00”, mas apenas se esse número também for divisível por 400. Por exemplo, 2000 foi um ano bissexto, enquanto 1700, 1800 e 1900 não foram, e 2100, 2200 e 2300 também não serão.

Isso reduz a média para 365,2425 dias ao ano, bem mais próximo do tempo real da órbita terrestre. No calendário juliano, adotado por Júlio César e usado até os tempos do Papa Gregório XIII, havia uma variação de aproximadamente um dia a cada 150 anos, enquanto no calendário gregoriano a variação é de um dia por 3.200 anos.

A órbita da Terra está mudando

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Como tudo no universo, a órbita da Terra não é a mesma de milhões ou bilhões de anos atrás. Na verdade, a taxa está diminuindo gradualmente devido ao efeito de travagem das marés causado pela Lua.

À medida que a Lua gira em torno de nosso planeta, sua força gravitacional puxa um pouco mais a parte da Terra que está mais próxima dela do que a parte que está no centro, e puxa ainda menos a parte que está mais distante. Isso é conhecido como força de marés.

Se esse nome lhe faz pensar nas marés dos oceanos, não é à toa: esse fenômeno lunar causa uma protuberância em nosso planeta, no lado mais próximo da Lua, e isso faz com que nosso satélite natural se afaste da Terra. Simultaneamente, a taxa de rotação da Terra diminui.

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Claro, essas mudanças são extremamente sutis e apenas perceptíveis em longas escalas de tempo. Mas, sem os ajustes nos calendários, o acúmulo de desalinhamentos entre esses movimentos cósmicos e nossos relógios transformaria tudo em uma grande bagunça.

Para se ter uma ideia de como as coisas poderiam ficar feias sem os ajustes, os dias tinham cerca de 20 minutos a menos durante o período Cretáceo (em relação aos tempos atuais) e duravam menos de 22 horas na época pré-cambriana.

Os anos bissextos deixarão de existir

Seguindo o raciocínio acima, os dias sempre estão ficando mais longos por causa do afastamento gradual da Lua. Isso significa que, um dia, os anos bissextos não serão mais necessários.

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Mas se você não gosta de anos bissextos, não se anime: levará cerca de 4 milhões de anos até que a necessidade de dias bissextos no calendário seja eliminada. Quando a Lua estiver afastada o suficiente, a Terra terá uma rotação mais lenta e o ano do calendário coincidirá exatamente com 365 dias.

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