A Copa América dos Estados Unidos foi encerrada no último domingo com a vitória da Argentina sobre a Colômbia, por 1 a 0, na prorrogação. No entanto, afora o brilhantismo de a equipe de Messi ter se tornado a maior vencedora da história da competição, com 16 títulos, a Conmebol e os torcedores tiveram poucos motivos para comemorar.
Veja abaixo cinco pontos que não funcionaram na Copa América e que ligam um sinal de alerta para a Fifa, já que os Estados Unidos serão a principal sede da próxima edição da Copa do Mundo, em 2026.
1 – Campos
Dos 14 estádios utilizados durante a Copa América, 11 são utlizados por franquias da NFL. Isso fez com que a Conmebol tivesse que admitir campos de 100 m x 64 m, fora do padrão adotado pela Fifa, que é de 105 m x 68 m.
Esses 20 metros quadrados a menos na dimensão do campo pode parecer pouco, mas foi notado pela seleção brasileira, que teve dificuldades para furar a retranca da Costa Rica, na estreáia da equipe de Dorival Júnior na competição. O Brasil não passou do 0 a 0, resultado que comprometeria toda a campanha da equipe no restante da competição.
2 – Atraso
Por conta de invasão de torcedores ao interior do Hard Rock Stadium, em Miami, palco da final da Copa América, a decisão do torneio teve que ser atrasada em mais de 75 minutos. O jogo estava originalmente marcado para as 21h (de Brasília), mas teve que ser atrasado para as 22h15. A partir acabou começando ainda mais tarde, já que nesse horário começaram os protocolos de execução dos hinos nacionais de cada país.
Nas arquibancadas era nítida a superlotação, sendo impossível estimar o número de torcedores que entrar4am sem pagar ingresso. Tal problema não é exclusivo da Copa América. Já aconteceu na final da Champions League de 2022, no jogo Real Madrid x Liverpool, em Paris, também atrasando o início do jogo.
Em qualquer situação, é vergonhoso que tenha ocorrido. No país-sede da próxima Copa do Mundo serve para ligar o sinal de alerta para a Fifa.
3 – Show do intervalo
Outra influência da NFL, o show do intervalo na final da Copa América também causou incômodo às equipes. Não bastasse o atraso causado por problemas com os torcedores, a apresentação musical da cantora Shakira fez com que a volta das equipes à campo para o segundo tempo ocorresse após 25 minutos, dez minutos além do intervalo usual.
O show do intervalo é comum no Super Bowl, a final da NFL, evento esportivo com maior faturamento da TV nos Estados Unidos. No entanto, o futebol americano conta com dinâmica própria, diferente do futebol.
“Espero que gostem do show. A Shakira é uma excelente artista”, elogiou o técnico Néstor Lorenzo, da Colômbia, a respeito de sua compatriota.
“Não entendo muito, mas acrdito que [o intervalo] deveria ser como qualquer jogo. Porque, quando voltamos após 16 minutos somos multados ou punidos. Mas agora tem um show e podemos voltar após 20 ou 25 minutos e isso tem um impacto físico nos jogadores”, criticou o treinador.
Por causa do atraso para começar o jogo e do fato de a partida ter sido decidida na prorrogação, o duelo entre Argentina e Colômbia só foi encerrado à 1h09 de segunda-feira (15) ou 0h09 no horário de Miami. O jogo estava marcado para começar às 20h, no horário local (21h de Brasília).
4 – Segurança
Além do problema de segurança em Miami, na final da competição, houve incidente grave após o jogo Colômbia x Uruguai, pela semifinal do torneio. Jogadores uruguaios, que haviam acabado de serem eliminados do torneio, tiveram que defender seus familiares, envolvidos em confusão na arquibancada do Bank of America Stadium, em Charlotte, na Carolina do Norte.
A polícia demorou para interferir na confusão e resgatar mulheres e filhos do elenco do Uruguai, que ficaram presos naquele local.
5 – Caos aéreo
Com jogos em 14 cidades de 10 estados, delegações e torcedores sofreram com o caos aéreo nos Estados Unidos. A seleção brasileira sofreu um atraso de três horas em seu voo até a Califórnia, onde enfrentou a Colômbia, pela rodada decisiva da competição por causa de um problema na aeronave em que seguiria viagem.
O Uruguai, por sua vez, teve que ficar mais tempo em Las Vegas, após eliminar o Brasil na quartas de final, por conta do cancelamento de vários voos do aeroporto local. A equipe do téncico Marcelo Bielsa, por conta disso, teve que fazer mais um treino na cidade, debaixo de um calor de mais de 45ºC.
Torcedores que rodaram os Estados Unidos para acompanhar a competição também sofreram com atraso e cancelamento de voos, tendo que, em alguns casos, adiar suas viagens.