Super Bowl atrai 73% dos norte-americanos e ganha público entre mulheres e jovens

O Super Bowl LVIII, que terá no próximo domingo (11) o confronto entre Kansas City Chiefs e San Francisco 46ers, no Allegiant Stadium em Las Vegas, atrai a atenção de quase três quartos dos norte-americanos. Segundo dados da Morning Consult, 73% dos adultos dos Estados Unidos afirmam que provavelmente irão assistir ao jogo, que será às 20h30 (horário de Brasília).

O número é significativo, ainda mais se considerarmos que o SuperBowl de 2023 atraiu 115,1 milhões de telespectadores, tornando-se a transmissão mais assistida da história dos Estados Unidos. A edição deste ano, porém, projeta números ainda maiores.

Segundo a consultoria, quase todos os principais grupos demográficos tiveram aumento de interesse em relação ao ano passado. O índice é um indicador de que a NFL tem recuperado prestígio e reputação após abalos pelos protestos de jogadores durante a execução do hino nacional antes das partidas, durante as temporadas de 2017 e 2018. A iniciativa fez do antigo quarterback Colin Kaepernick um ícone do ativismo pela igualdade racial.

Fator Taylor

O trunfo deste ano é, sem dúvida, a presença de Taylor Swift, dona de 14 prêmios no Grammy e que tem uma legião impressionante de fãs entre os norte-americanos adultos. O namoro da estrela pop com Travis Kelce, tight end do Kansas City Chiefs, um dos finalistas da NFL, ajudou a impulsionar a audiência da liga de futebol americano, especialmente entre o público jovem e feminino.

Os fãs esperam ver se Taylor Swift chegará a tempo em Las Vegas para assistir ao desempenho do namorado após realizar show em Tóquio no dia anterior.

Namoro de Travis Kelce com Taylor Swift gera mais interesse no Super Bowl – Reprodução/Instagram @killatrav

Marketing

Segundo a Morning Consult, a NFL vem ganhando popularidade entre a geração Z e entre mulheres da geração Y em ritmo mais acelerado após 2020.

O aumento da popularidade também é um indicativo de que a estratégia de marketing da liga começa a dar efeito. O esforço inclui colaborações com marcas de moda e beleza, a manutenção de jogos internacionais em diversos pontos do planeta (neste ano haverá em São Paulo o primeiro jogo na América do Sul) e o estímulo à participação de criadores de conteúdo da geração Z em eventos da liga.

A NFL também tem se valido do aparecimento de treinadores jovens e excêntricos nos últimos anos, como Mike McDaniel, do Miami Dolphins, cujas atitudes divertidas e excêntricas são feitas sob medida para viralizar nas redes sociais.

Há também o ressurgimento do interesse nas chamadas WAGs (sigla em inglês para esposas e namoradas de estrelas do esporte), da qual a própria Taylor Swift é a maior expoente.

Publicidade

O interesse maior criado no Super Bowl deste ano também reflete no alcance publicitário do evento. A CBS, que irá transmitir a partida em 2024 esgotou em novembro seu espaço para anúncios no intervalo do jogo. Segundo fontes do mercado, um vídeo de 30 segundos estaria valendo US$ 7 milhões.

E, embora pesquisas anuais mostrem que a publicidade não são o principal atrativo do evento, o interesse gerado pelo público mostra que vale a pena para as grandes marcas realizar esse investimento. Em um contexto em que as atrações na TV estão cada vez mais fragmentadas em diversas plataformas, o Super Bowl ainda é um grande agregador do público.

Segundo a Morning Consult, dois terços dos norte-americanos (66%) afirmam que irão prestar atenção nos anúncios durante o evento. É um número que tem crescido a cada ano.

Os homens são o gênero que mais presta atenção na publicidade, embora essa diferença venha caindo ano a ano. Muitas marcas perceberam essa tendência e decidiram investir no evento. A Elf Cosmetics está retornando ao Super Bowl em 2024, desta vez com sua primeira compra de anúncio nacional. A Temu, plataforma chinesa de compras on-line, manteve publicidade no jogo pelo segundo ano consecutivo.

Já a NYX Professional Makeup (maquiagem) e a Etsy (comércio eletrônico) estreiam no Super Bowl neste ano. A Dove, marca da Unilever, por sua vez, terá um comercial de 30 segundos no Super Bowl pela primeira vez em quase duas décadas.

Essas empresas mostram uma guinada de atrações para o público feminino em um evento que historicamente gerava mais interesse em empresas de segmentos que tinham como alvo principal os homens, como cerveja e automóveis.

Fonte

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