A tecnologia é tão presente na nossa vida que, às vezes, ela se transforma em uma figura de linguagem. É o caso de serviços que se tornaram tão corriqueiros que foram transformados em uma metonímia. Quem nunca chamou palha de aço de Bombril ou hastes flexíveis de Cotonete?
Ou seja, a figura de linguagem é uma expressão em que usamos a parte de uma coisa para falar do todo. E este é o caso do Uber, TikTok, WhatsApp e mais.
Estas empresas viraram formas mais curtas que a gente encontra para dizer alguma coisa. Confira a seguir 7 empresas ou serviços de tecnologias que viraram metonímia.
1. Dar um Google
(Fonte: GettyImages/ Reprodução)Fonte: GettyImages/ Reprodução
O Google é o buscador mais usado no mundo todo. O número é impressionante: quando vão pesquisar alguma dúvida, mais de 94% das pessoas recorrem ao Google nos seus dispositivos móveis ou computadores.
A onipresença da marca na nossa mente é tão forte que ela se tornou uma metonímia, ou seja, uma expressão que é usada por nós para indicar que estamos fazendo alguma busca ou pesquisa na internet. Pouco importa que isso seja feito dentro de uma rede social, de um portal de notícias ou mesmo em outro buscador, como o Bing ou o Yahoo!
2. Mandar um Zap
(Fonte: GettyImages/ Reprodução)Fonte: GettyImages/ Reprodução
O WhatsApp é o aplicativo de mensagens mais popular que existe. Embora a empresa não divulgue os números exatos, estima-se que existam hoje mais de 2 bilhões de usuários ativos dentro dessa plataforma.
No Brasil, aliás, a presença do WhatsApp é muito expressiva. Em 2022, uma pesquisa da Datafolha revelou que 92% dos entrevistados dizem usar o aplicativo da Meta. Não por acaso, “mandar um Zap” (uma espécie de apelido dado pelas pessoas a este app) é uma expressão utilizada para indicar que vamos mandar uma mensagem para alguém.
Mesmo que isso seja feito por outra rede (como o Telegram ou DMs do Instagram, por exemplo) ou mesmo por algum serviço telefônico (quando alguém ainda usa seu celular para enviar SMS).
3. Chamar um Uber
(Fonte: GettyImages/ Reprodução)Fonte: GettyImages/ Reprodução
A mesma lógica se presta também aos serviços de transporte feitos por aplicativos. Embora tenhamos hoje várias plataformas deste tipo (como 99, InDrive, Ladydriver, Cabify e outros), é muito comum que as pessoas falem que “vão pedir um Uber” mesmo que usem outros aplicativos.
E faz sentido se formos pensar na história da empresa. O Uber chegou no Brasil em 2014, tornando-se a primeira iniciativa deste setor por aqui. Estima-se que 125 milhões de brasileiros já utilizaram o aplicativo da Uber pelo menos uma vez na vida.
Se parece pouco, vale dizer que o número corresponde a aproximadamente 80% da população adulta do país.
4. Pedir um iFood
(Fonte: GettyImages/ Reprodução)Fonte: GettyImages/ Reprodução
O iFood é uma empresa com característica semelhante ao Uber em seu pioneirismo. Ela surgiu em 15 de maio de 2011, em São Paulo, e funcionava por meio de um catálogo impresso de comidas. No ano seguinte, em 2012, a empresa migrou para um catálogo online disponível para os dispositivos móveis.
Desde então, a história é bem conhecida. Hoje o iFood opera em 1,7 mil cidades, com 43 milhões de usuários ativos por mês e 330 mil restaurantes cadastrados. Por isso, não é por acaso que tanta gente fale que vai “pedir iFood” mesmo que esteja utiilizando outro serviço de deliveery de comida.
5. Ouvir Spotify
(Fonte: GettyImages/ Reprodução)Fonte: GettyImages/ Reprodução
O Spotify é um serviço de streaming de música, podcast e vídeo que foi lançado em 7 de outubro de 2008. Trata-se de um agregador criado na Suécia e que só viria a se tornar realmente conhecido a partir de 2011, depois de chegar aos Estados Unidos.
A plataforma está hoje presente em pelo menos 65 países, e chegou no Brasil em 2014. Hoje se tornou o principal aplicativo usado para ouvir músicas no mundo todo. Tanto que é bem frequente que as pessoas digam que vão escutar uma música no Spotify e acabam acessando YouTube, por exemplo, ou o Apple Music ou Deezer.
6. Ver um TikTok
(Fonte: GettyImages/ Reprodução)Fonte: GettyImages/ Reprodução
O TikTok foi criado por uma empresa chinesa em 2014, ainda com o nome Musical.ly. A ideia do aplicativo era possibilitar que as pessoas postassem seus vídeos dublando músicas. Surfava na onda parecida com a do aplicativo Snapchat, fundado em 2011.
O sucesso do TikTok foi tão estrondoso que as outras redes sociais começaram a tentar copiar as funcionalidades dele. É o caso do Reels, no Instagram, e do Shorts, no YouTube. Mas mesmo com esses “concorrentes”, as pessoas seguem dizendo que vão “ver um TikTok” mesmo que estejam acessando vídeos nestas outras redes sociais.
7. Assistir Netflix
(Fonte: GettyImages/ Reprodução)Fonte: GettyImages/ Reprodução
A Netflix foi fundada em 1997 e tinha uma função bem diferente: era um serviço de locação de filmes por meio de pedidos com entrega e devolução via correios.
Ela só começaria a crescer mesmo a partir de 2002, quando a empresa abriu seu capital e começou a arrecadar fundos para expandir a operação.
Em 2006, o serviço já ultrapassava os 5 milhões de assinantes. Hoje é visto como a plataforma de streaming mais tradicional que existe. Tanto que é comum que as pessoas digam que estão assistindo à Netflix quando, na verdade, estão acessando o Prime Video, Max, Disney+, Star+, Apple TV+ ou algum das outras dezenas de serviços disponíveis atualmente.