O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes mandou prender fugitivos suspeitos e condenados pelos ataques golpistas de 8 de janeiro após reportagem do UOL revelar que ao menos dez foragidos deixaram o país.
Segundo o Portal Uol, na última terça-feira (14), pelo menos nove pessoas condenadas investigadas deixaram o país após quebrar tornozeleira e que uma décima suspeita está fora do país com mandado de prisão em aberto.
Ainda segundo noticiado pelo Uol, entre terça e hoje (17), o gabinete de Moraes publicou mais 47 novos mandados de prisão contra 40 condenados e sete investigados pelos ataques de 8 de janeiro e outros crimes relacionados ao resultado eleitoral. Entre eles, há ao menos cinco foragidos que deixaram o Brasil.
Entre as novas ordens de prisão, estão a da empresária Fátima Aparecida Pleti, 61, de Bauru–SP, e a do corretor de seguros Gilberto Ackermann, 50, de Balneário Camboriú–SC.
Os dois estão na Argentina, conforme o UOL revelou. Ambos foram condenados por tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do estado democrático de direito. Eles negam os crimes.
A PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu que Gilberto Ackermann e outros sete foragidos fossem incluídos na lista de difusão vermelha da Interpol (polícia internacional) no dia seguinte à publicação da reportagem.
A manifestação é pela decretação da prisão preventiva de Gilberto Ackermann, com a inserção do mandado de prisão na difusão vermelha da Interpol.
Paulo Gonet Branco, procurador-geral da República
Moraes expediu ontem (16) o mandado para prender Ackermann. O militante bolsonarista nega ter destruído objetos na Praça dos Três Poderes.
Mais três foragidos no exterior
Os novos mandados assinados por Moraes indicam que mais três pessoas fugiram do Brasil. Elas são:
Letícia Santos Lima, 31, de Taubaté–SP. Ré em ação penal, ela estava entre as mais de mil pessoas presas após os ataques de 8 de janeiro. Em 4 de março, sua tornozeleira eletrônica parou de funcionar e ela fugiu para o exterior. “Em suas justificativas, a defesa consigna expressamente que a ré ‘foi buscar refúgio político em outro país'”, escreveu Moraes.
Kathy Le Thi dos Santos e o marido, Esdras Jônatas dos Santos, de Belo Horizonte–MG. Eles fugiram logo após os atos do 8 de Janeiro, segundo ordem de prisão expedida ontem. Os dois foram para os Estados Unidos, segundo a Polícia Federal e uma fonte do UOL.
Segundo a ordem de prisão, os foragidos “não só arregimentaram manifestantes, como também organizaram e financiaram o deslocamento dos manifestantes para os atos antidemocráticos ocorridos em 8/1/2023”.
Dos 47 mandados expedidos por Moraes nos últimos três dias, 40 se referem a pessoas condenadas. Os crimes mais comuns são tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do estado democrático de direito.
Para justificar 31 dessas ordens de prisão, Moraes citou a ocorrência quebra de tornozeleira, falta de apresentação à Vara de Execuções penais, risco de fuga ou fuga comprovada.
No caso de sete condenados, a ação penal contra eles já se encerrou, sem a possibilidade de novos recursos.
(Com informções Uol)