A vitória da candidatura brasileira para sediar a Copa do Mundo Feminina de 2027 é a chance de a Fifa conseguir desenvolver o futebol para as mulheres na América do Sul. Para Valesca Araujo, executiva responsável pela operação e infraestrutura da candidatura do Brasil à sede do próximo Mundial, essa é a grande vantagem oferecida pelo interesse do país em abrigar o evento pela primeira vez na história.
Para Valesca, a Europa já possui bom grau de desenvolvimento no futebol feminino. Afinal, o velho continente já possui calendário de competições estruturado, visibilidade global com direitos de transmissão internacionais e parcerias comerciais fortes no setor. Não é o caso dos países sul-americanos.
“A América do Sul é o espaço a se desenvolver. Hoje, a Europa já está desenvolvida. O mercado sul-americano precisa ser trabalhado para render frutos”, afirmou a executiva, em entrevista à Máquina do Esporte, após palestra no Sports Summit.
“O ponto é que o futebol feminino da Europa está à frente do Brasil. Para desenvolver o setor não só no Brasil, como na América do Sul, é mais interessante ter uma Copa do Mundo aqui do que na Europa”, acrescenta ela.
Concorrência
A corrida para sediar o evento começou com quatro candidaturas. Além do Brasil, concorriam ao evento África do Sul, além das candituras conjuntas de Estados Unidos e México, pela América do Norte; e Alemanha, Holanda e Bélgica, pela Europa.
Os primeiros a desistirem da concorrência foram os sul-africanos. No mês passado, foi a vez de Estados Unidos e México. No momento, o Brasil concorre apenas com a candidatura dos países europeus.
“Com a saída deles, abriram 54 votos. Imaginávamos que a Concacaf fosse votar em bloco. A estratégia agora é buscar esses votos. Trabalhamos para que nossa candidatura seja não só a Copa do Mundo da América do Sul, como das Américas”, afirma Valesca.
A votação acontece daqui a dez dias, durante o 74º Congresso da Fifa, em Bancoc, na Tailândia. No total, são 211 votos.
“Nossa proposta está bem estruturada. O país está pronto para sediar a Copa. Acreditamos na candidatura, mas entendemos que depende de votação. Não sabemos o que esperar, mas estamos confiantes”, afirma a executiva.