Dona da F1, Liberty Media adquire 86% da MotoGP por € 4,2 bilhões e cria gigante do esporte a motor

A Liberty Media, dona dos direitos comerciai da Fórmula 1, anunciou a aquisição de 86% da MotoGP por € 4,2 bilhões. O grupo chegou a acordo com o fundo Bridgepoint acionista da a Dorna Sports, empresa que detém os direitos comerciais do Mundial de Motociclismo.

Carmelo Ezpeleta, CEO da Dorna, manteve 14% do negócio. A operação está prevista para ser concluída até o final de 2024.

“Com este novo acordo, a Dorna Sports continuará a ser uma empresa independente atribuída ao Grupo de Fórmula 1 da Liberty Media”, destacou a gestora do Campeonato Mundial de Motociclismo em comunicado oficial.

CEO mantido

Carmelo Ezpeleta, que acaba de comemorar 30 anos como CEO da Dorna, continuará a comandar a MotoGP e os restantes campeonatos controlados pela empresa espanhola, como  Superbikes e MotoE, entre outros.

A avaliação dos 14% que ficarão sob o controlo de Ezpeleta e da sua equipa de gestão ronda os € 490 milhões.

“Estamos muito satisfeitos por expandir o nosso portfólio de ativos com a MotoGP”, afirma Greg Maffei, presidente e CEO da Liberty Media.

“Carmelo [Ezpeleta] e sua equipe administrativa construíram um grande espetáculo esportivo que podemos expandir para um público global mais amplo. O negócio tem uma trajetória ascendente significativa”, acrescentou o executivo.

Por sua vez, Ezpeleta garantiu que “este é o próximo passo perfeito na evolução da MotoGP e estamos entusiasmados com o que esse marco traz à Dorna, ao paddock da MotoGP e aos fãs das corridas”.

Gigante econômico

A Liberty, que também é dona do Atlanta Braves (MLB), chega à MotoGP depois de levar o negócio da F1 a novos patamares. Em 2023, a principal categoria do esporte a motor cresceu 25% , para um volume de negócios recorde de US$ 3,222 bilhões de dólares.

É a primeira vez que o campeonato ultrapassa a barreira dos US$ 3 bilhões, e o seu boom nos Estados Unidos é em grande parte a razão do bom desempenho econômico, com o novo GP de Las Vegas sendo o principal motor dos negócios por lá.

A F1 havia atingido o fundo do poço com a pandemia, em 2020, com um resultado líquido negativo de US$ 594 milhões. Depois dos efeitos negativos da covid-19 nos negócios, a gestora da categoria só precisou de dois anos para reverter os números vermelhos. Em 2022, faturou US$ 562 milhões. No ano passado, o lucro foi de US$ 184 milhões.

Por sua vez, a MotoGP voltou a ter rentabilidade em 2023, depois de faturar € 462 milhões. Com o seu plano de internacionalização (neste ano, a Índia entrou para o calendário de provas), a Dorna pretende ultrapassar pela primeira vez os € 500 milhões e atingir €b45 milhões de euros de lucro, segundo Enrique Aldama, diretor financeiro da Dorna Sports.

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